Mês de junho é um mês muito especial, vibrante, festivo e
repleto de significados. É o mês que antecede as férias escolares, arrasta os
brincantes para as festas juninas de Santo Antônio, São Pedro e São João, e não
poderia faltar o tradicional dia dos namorados...
E por falar em namorados, gostaria de refletir um pouco sobre
o amor em nossos relacionamentos. Afinal, o ser humano possui uma bonita e vasta
dimensão afetiva, que faz - ou deveria fazer de nós – seres sublimes.
Quando em nossas rodas de conversa o assunto é relacionamento
o tema ganha distintas proporções e divide opiniões, o certo é que na escrita
da história pessoal de cada um não poderia faltar aquelas experiências desagradáveis,
que eu costumo chamar de pequenos rabiscos ou acidentes de percurso.
Alguém, de certa forma, já foi marcado por alguma situação no
plano sentimental que deixou uma estranha sensação de que aquela pessoa,
namorado (a), cônjuge ou mesmo um amigo, não somou em muito na sua vida. Isso
porque nós seres humanos somos detentores do poder de edificar e de destruir
simultaneamente.
Costumo dizer que estabelecer relações é como criar pontes.
Uma ponte liga dois lados aparentemente intransponíveis, a qualidade das
relações que ligam as pessoas é como essa ponte. Relações sadias são ligaduras,
pois o que dispõem de si estabelece relações, para isso cria-se símbolos (do greg. Simbolós) o símbolo não impõe o conhecimento de modo agressivo,
não exigindo, portanto, a atribuição necessária de significados. Entretanto,
como todo o verso tem o seu reverso, relações incongruentes podem ser
devastadoras, ou seja, destruidoras dessa ponte deixando marcas profundas. Os
gregos utilizavam o termo diabolós para representar aquilo que
divide em vez de somar.
Martin Buber, grande nome da filosofia personalista, nos
propõe esta bela e fecunda verdade. Num encontro entre um eu e um tu, uma terceira
pessoa de existência própria se estabelece. Nossos olhos não podem enxerga-la,
mas a nossa sensibilidade aponta para ela. O nós é o que sobra do encontro entre o eu e o tu. Esse processo
de agregação possibilita ao ser humano o crescimento de seu horizonte de
sentido. Tornamo-nos mais ricos com a presença de pessoas que nos agregam. Relações
saudáveis, são relações que nos devolvem a nós mesmos – e, melhor, nos devolve
melhorados.
O amor talvez seja isso. Encontro de partes que se
complementam, porque se respeitam. Quando foge-se ao foco dessa dimensão o amor
perde as suas propriedades transformando em uma obsessão ou mesmo em uma
convenção social fraca e diabólica (divisora), pode até mesmo ter o seu fim...
E, depois do “amor”...sobram-se muitos destroços!
Boa semana a todos amigos leitores!
1 Comentários
confuso
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