
O embalo frenético que o
homem contemporâneo experimenta coloca em evidência um problema que aflige mais
da metade da população. Não é difícil encontrar pessoas esgotadas, mentalmente
cansadas, sem muita motivação, afinal, experimentamos quase as mesmas frustações
que outro indivíduo em qualquer parte do planeta. Assim como a economia
globalizou-se, os males decorrentes deste processo também generalizaram-se.
O capitalismo produziu um
efeito “doença” na sociedade. Pressão alta, acidentes vasculares cerebrais,
taquicardia, angústia, infartos, depressão são alguns dos exemplos de
degenerações que encontram sua gênese no estresse operativo que experimentamos
nas turbulências de uma semana extenuante. Por consumirmos em maior índice,
consequentemente temos que trabalhar mais para compensar o famoso “wellfare
state” propiciado pela aquisição de bens de consumo, tão comum entre nós.
Com isso, sobra pouco tempo
para os filhos, para as pessoas que se ama, para a prática de atividades que
nos tire da rotina e para Deus também. Percebe-se que até os dias santos de
guarda – seja o sábado ou o domingo – dependendo do grupo religioso ao qual se
pertence, ficou banalizado. Outra vez ao sair para o templo para celebrar um
desses dias sagrados, me deparei com funcionários da limpeza pública
trabalhando num “domingo”.
Reservar um tempo precioso
para usufruir o melhor da vida constitui, hoje, num privilégio. Precisamos nos
permitir momentos mais prazerosos, não devemos “rezar” para chegar a
sexta-feira ou o feriado para nos sentirmos bem. Precisamos cultivar uma força
interior capaz de nos sustentar nestes contratempos e fazer da nossa semana um
ciclo de muita positividade. Reservar a cada dia um momento para estar com as
pessoas que nos são especiais e, por conseguinte encontrar um espaço na agenda
para meditarmos sobre o que vivemos de bom ao longo do mesmo é muito salutar.
Lembro-me de uma música dos Titãs,
que gosto muito, que porta em sua letra um sentido filosófico interessante,
trata-se de Epitáfio que assim se expressa “Devia ter amado mais, ter chorado
mais, ter visto o sol nascer. Devia ter arriscado mais, e até errado mais, ter
feito o que eu queria fazer”. O epitáfio é a nossa última palavra dita ao mundo
antes de nos apagarmos, não deixemos para a última hora (aposentadoria, quem
sabe) a decisão de ser feliz, pode ser tarde demais.
Dê um novo significado à sua
vida. Cuide de você, do contrário não poderás cuidar de ninguém. Ser feliz, não
tem preço e isso não consiste em TER, mas em SER, além de não precisar de
muitas razões a não ser a própria felicidade.
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