Brasil mostra a tua cara! Já dizia outrora Cazuza em uma de suas poesias musicadas. Tenho acompanhado atentamente os movimentos realizados nos últimos dezessete dias no meu Brasil, no meu Estado e na cidade onde moro de fato. Francamente, jamais havia visto mobilizações tão massivas como estas que não tiveram vergonha de serem estampadas nas páginas principais dos grandes jornais de circulação no País tampouco em outras formas de veiculação. 

O Brasil que em outros tempos idos fora chamado de futuro da nação resolveu antecipar o seu grito de alerta e decidiu ser “presente”, levaram a cabo o que cantou Geraldo Vandré de que “quem sabe faz a hora não espera acontecer”. Quanta maravilha assistimos fora dos estádios de futebol, dessa vez na maior arquibancada do Brasil: a rua. O estopim foi apenas 0,20 centavos? “Apenas” 0,20 centavos não! Completamente, em gênero e grau. 

Um valor aparentemente insignificante configurou-se numa faísca de fogo em material inflamável. Qual cidadão desta nobre nação não se sentiu afetado pelas decisões arbitrárias tomadas pelos poderes que compõe este redil? Talvez os ricos ou lactantes das tetas generosas do governo, apologistas de palácio, da esquerda que virou direita e que esqueceu-se completamente dos seus precedentes, principalmente dos mais pobres, adestrados com os programas assistenciais. 

Devido ao meu posicionamento acerca das atitudes do Governo Federal recebi algumas críticas, construtivas – destaco - em meu perfil social no facebook. Bem verdade que investimentos foram feitos em algumas áreas sociais como pontuou alguém naquele espaço, no entanto, se programas como saúde, habitação e educação não tivessem recebidos incentivos, por favor! Seria mais uma das esdrúxulas comédias brasileiras. 

A população bradou corajosamente o grito entalado na garganta por um Brasil mais justo, mais brasileiro e menos corrupto principalmente. Não é segredo pra ninguém que a maior praga do Brasil é a corrupção. Além de tudo, a população chamou a atenção daquela classe de nobres eupátridas que superinflacionam o orçamento da união e esquecem de ouvir a quem de direito lhes deputou a responsabilidade da representação – os políticos – que o povo não é boneco de teatro para se fazer o que bem se entende. 

Percebi que perdura no país apenas um bloco: o Brasil de Brasília, dos poderes, ou melhor, um Brasil de terno e gravata. Esse não é o Brasil verdadeiro. A subida dos manifestantes no palácio do Planalto consistiu nesse imperativo de constituir um Brasil para os Brasileiros. Aqueles que são esquecidos nos projetos da nação: os negros, os índios, os agricultores os pobres... aliás a reforma agrária, por exemplo, ainda é uma quimera e não uma realidade A imprensa manipuladora considerou tais atitudes como vandalismo, eu considerei reintegração de posse. Não podemos esquecer, que de fato houve grupos de baderneiros que depredaram lojas e o próprio patrimônio público, atitudes assim são repudiáveis. O Brasil não precisa de mais vândalos, já nos bastam o que temos, devemos é lutar pela erradicação dessa imoralidade que pichou o verde e amarelo da nossa brasilidade. Um Brasil para os brasileiros não pode ficar para amanhã!