Quando preciso sair de casa para ir comprar alguma coisa em uma loja sofro antecipadamente em ter que enfrentar o drama de um consumidor em pleno centro comercial. As razões podem ser as mais triviais possíveis, no entanto, elas são nada mais e nada menos que as causas de tamanho mal - estar para mim.
Ao frequentar qualquer loja seja de bens de consumo ou mesmo de prestação de serviços, tenho o costume de avaliar constantemente a qualidade no atendimento recebido e o nível de qualificação profissional do atendente; gosto de ser muito justo quanto a isso, outra vez mandei uma carta de agradecimento por tão bom atendimento a um funcionário de uma loja. Não sei se a maioria de vocês são assim, porém de um modo ou de outro todos queremos ser bem tratados e ter as duvidas sanadas ou mesmo os problemas resolvidos.  
Entretanto, na prática, nem sempre acontece dessa forma. Tenho uma coleção de fatos que poderiam ilustrar de forma clarividente o que estou querendo dizer, mas não vem ao caso, já dizia um antigo provérbio: “A gente conta o milagre, mas não diz o santo”.  Sabedoria popular à parte, continuemos a discutir questão, que é muito séria.
É comum pedirmos uma informação sobre algum produto em algumas lojas de nossa cidade e o funcionário simplesmente dizer: não sei lhe informar! Até aí tudo bem. Dar bom dia: ele não responder, muito menos predispor-se a lhe atender. Cartão amarelo. Precisar resolver algum problema e a pessoa, mesmo não sendo do setor nem se importar em te direcionar para quem compete de fato... ou a ponto de ficar chateada com você quando você explica como funciona o objeto que ela mesmo vende... ou até mesmo você comprar um produto em um dia e não ficar satisfeito com ele e o gerente lhe informar que não pode fazer nada: gol contra! O Código de Defesa do Consumidor prevê satisfação total do cliente no produto adquirido. Sem falar nos preços duplos nas mercadorias: um valor a prazo outro à vista com um total mínimo de desconto possível, além dos problemas com os cartões de débitos, já que eles não contam como compra à vista e, portanto não concedem o direito ao desconto para o cliente. Bem cômico isso!
É muito comum passarmos por situações frustrantes quanto ao atendimento comercial, percebe-se nem toda empresa é tão TOP quanto se é no marketing. O treinamento dos funcionários e a busca pela excelência por parte do profissional também contribui em muito no crescimento de uma organização e na preferência por ela. É necessário que muitas lojas ativem, inaugurem ou ressuscitem os seus setores de RH, porque, mais do que uma reclamação pessoal, ouço falar coisas do tipo de várias outras pessoas. No Brasil, até as grandes empresas maltratam quem paga a conta! É o caso das empresas de telefonia e de serviços bancários, por exemplo.

O Código de Defesa do Consumidor transformou-se em um livro de poesia árcade, nem mesmo os consumidores sabem dos seus direitos. A grande maioria dos estabelecimentos burla os seus preceitos de uma forma ou de outra e ninguém diz nada. Aqui no nosso município não temos nem um departamento que atue em defesa do consumidor e que julgue as causas comerciais, estamos desprovidos destas instâncias. Resta-nos aceitar as imposições arbitrárias sobre quem paga a conta. Deixo claro que defendo uma sociedade pautada nos princípios dos direitos e deveres de ambas as partes, mesmo que ela seja uma quimera, aprendi que sonhar não paga nada. Na verdade, tem. Dá e se pode fazer algo pelo consumidor desesperado, o que nem sempre se tem é boa vontade em ajuda-lo.