
Não me sai da memória as
imagens de pessoas que vivem nos grandes e pequenos lixões da vida e das
cidades. São casos de brasileiros que não foram contemplados com as benesses
dos discursos democráticos do respeito e da igualdade para todos. Levam seus
dias aventurando-se entre a dignidade e o lixo, dignidade essa que talvez nunca
soubessem que existiu para eles.
Em pleno curso do século XXI a
política de tratamento de resíduos compreende um desafio distante de ser
superado por pequenos, grandes e médios municípios deste país. O lixo é um dos
muitos problemas que a nossa geração enfrenta na luta por um meio ambiente mais
sustentável, seja porque consiste num alto investimento em tecnologia para a sua
gestão seja devido à lentidão na mudança de mentalidade das pessoas.
Como falei anteriormente, por
trás dos graves problemas que o despejo indiscriminado do lixo em áreas
próximas do município gera ainda temos a triste sorte de constatar que pessoas,
em estado de vulnerabilidade social, vivem a habitar aqueles espaços e dali
procuram tirar o seu sustento separando materiais recicláveis para vender em
cooperativas que se utilizam desses materiais. Só que um lixão possui uma série
de organismos nocivos à saúde humana, o que pode afetar o estado de saúde
desses moradores consistindo, portanto, num agravante na condição de vida
desses cidadãos.
O fato é preocupante! Como
podemos pensar nos Objetivos do Milênio (ODM) da ONU, que visam à superação da
pobreza e da desigualdade social no mundo; nos conselhos e organismos de meio
ambiente dos órgãos de governo e tantos outros instrumentos sociais, se o
mundo, o Brasil e até mesmo a nossa cidade não consegue desenvolver políticas
públicas que se empenhe em transpor essas barreiras?!
Enquanto gastamos nossas
palavras, a vida daquelas pessoas, severinas e escamoteadas pela grande maioria
da sociedade, não muda, não se transforma, não faz parte dos indicadores
sociais que resumem em números aqueles que deixaram a linha da sub-humanidade.
Infelizmente esquecemo-nos desses irmãos que precisam da nossa ajuda e mais do
que nunca, carecem da atenção do governo para serem atendidas em suas
necessidades mínimas. Vivem na encruzilhada entre a dignidade e o lixo!
Um forte abraço a todos!
0 Comentários
Deixe aqui o seu comentário, a sua opinião (desde de que seja de forma respeitosa) é muito importante!