Segurança Pública tem sido um assunto muito discutido entre as várias instâncias político-administrativas do nosso país, e não é pra menos! O número de casos envolvendo crimes das mais variadas formas tem aumentado alarmantemente por toda a parte. A vida humana está ameaçada pela sua própria espécie, um caso como esse, no modelo da própria cadeia alimentar é raríssimo, ou melhor: inconcebível; na luta pela sobrevivência os animais costumam matar a sua presa para obter alimento e garantir a sua subsistência, mas não é de praxe devorar os da mesma espécie.
A nossa situação infelizmente é bem diferente da dos animais, pois estamos sacrificando uns aos outros para garantirmos o nosso bem estar próprio, muitas vezes à custa do que o outro produziu e que um indivíduo alheio aliena para si sem nenhum escrúpulo utilizando de um julgamento egoísta e predador pra justificar a sua ação e o pior, além dos furtos que se praticam ainda ousam apoderar-se do direito de decidir até onde o outro deve viver.
Quantas vidas ceifadas! Quantas pessoas sofrendo a perda dos seus entes queridos tudo por causa desse modelo predador de vida em que levamos por causa da violência. A nossa luta não é mais contra leões e mamutes como era a do homem primitivo das cavernas, mas contra o próprio semelhante. Por este motivo não digo que o homem contemporâneo retornou ao estágio primitivo porque naquele tempo eles não matavam-se uns aos outros, mas digo que  a nossa humanidade está caminhando para o que há de mais animalesco, a ponto de nos tornarmos reféns da nossa própria espécie tendo, portanto que viver atrás das grades das nossas casas.
Todos desejamos uma segurança pública que garanta ordem e proteção, no entanto, mais do que isso, almejamos um ser humano melhor, que respeite aqueles que também são gente como ele. Não hesito em dizer que vivemos entre a vida e a morte, agora não no sentido filosófico-espiritual, mas no sentido literal. O trabalhador sai de casa e não sabe se volta, até nas igrejas, durante as cerimônias religiosas já acontecem arrastões são somente dois tímidos exemplos dentre os tantos. Ou seja, nada mais é respeitado, a nós só nos resta vivermos ameaçados e declarar o nosso estado de extinção, talvez não da espécie, mas de valores que nos distingue dos animais como a razão, a ética, o cuidado do outro, enfim...

Diante da maldade humana somos reféns e impotentes! O que fazer? Não tenho a resposta! Talvez você também não tenha... O policial não tenha... O ministro da justiça não tenha... O que se faz é como tentar andar no escuro, pensamos que o caminho seja esse, podemos estar acertando ou não! Mas infelizmente não temos a solução nem mesmo uma vara mágica daquelas de contos de fada que tudo resolve em poucos instantes. O problema é grave, mas não podemos ficar de braços cruzados. A nossa espécie já superou grandes crises, por isso insisto que precisamos continuar tentando encontrar meios para superar essa anomia que se instalou em nosso meio. Deve ter uma saída, com certeza. Enquanto há vida, há esperança, mesmo que queiram violentamente acabar com a nossa esperança matando a vida. E por fim, despeço-me na ciência de que as minhas poucas palavras são insuficientes diante da magnitude do problema, mas de que elas consistem o grito entalado de indignação que todos trazemos na garganta.