Quem tem acompanhado as últimas noticias nos meios jornalísticos sobre os desmandos da política no Brasil sabe que a nossa situação é de envergonhar qualquer pessoa de bem. Sinceramente, acontece cada coisa que fico indignado com tamanha ‘palhaçada’. Essa semana conversando com um sábio amigo ele disse: “A política não tira nem coloca caráter em ninguém, ela simplesmente revela quem a pessoa é de verdade”.
Parei pra refletir sobre essa afirmação e concluí que o sistema político desse país realmente é um reflexo da crise de consciência moral, ética e cidadã dos próprios brasileiros. O discurso mais usado pelos bravateadores é de que a política corrompe, entretanto, como a política em si é responsável por tal feito?! Não é a política que corrompe, é o homem que corrompe a política. Aristóteles dizia que o homem é um animal político, porque não vive solitário, mas convive com outros indivíduos. A política acontece todos os dias entre nós, quando damos um bom dia, saudamos alguém, medimos palavras para não ofender, buscamos a justiça e o bem comum. 
Essa forma de fazer política não se confunde em momento algum com a politicagem que uma parcela de pessoas, que não estão nada interessados em defender o povo e que, portanto, não sabem nem mesmo o que significa a palavra cidadania estão acostumados a fazer. Nessa perspectiva, política e ética se relacionam, uma vez que a ética na política é algo finalista (teleológico) no sentido de estar voltada para a conquista da felicidade e do bem estar coletivo, pois leva em consideração a dignidade das pessoas que em linhas gerais compreende o bem estar de uma sociedade.
Uma parte da sociedade brasileira - a maioria, no caso - também é “criminosa” por não exercer o voto de forma consciente, sofre por ser tão alienada quanto aos seus direitos políticos e padece por não possuir o mínimo imperativo que a conduza a lutar por mudanças em sua cidade, em seu estado e em seu país.  O termo “panem et circenses” é uma expressão latina que significa “pão e circo”, esta foi uma política criada pelos antigos romanos que previa o provimento de comida e diversão ao povo, com o objetivo de diminuir a insatisfação popular contra os governantes. A distância existente entre essa prática romana e o nosso tempo é só histórica, porque entre nós isso é tão real quanto a luz do dia. O processo eleitoral no Brasil e sua forma de fazer campanha é um verdadeiro sacrilégio ético-moral, é de dar asco. É uma pena que as palavras não traduzam os sentimentos por completo, mas a nossa consciência sofre; sentimo-nos impotentes diante de tanta barbárie social. Uma nova forma de encarar a política a ética e a cidadania em nosso país – falo a partir dos eleitores – é o caminho para darmos passos importantes para a superação deste dilema. Estamos cansados de viver nessa política do pão e circo e por sinal, as eleições estão chegando. Aqui é o país da Ordem e do Progresso ou da “Ordem e do regresso?”.